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Franciscan

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    Identifier:
    14497
    Name:
    Fr. Francesco Gonzaga, OFM
    Sex:
    Date of birth:
    31/07/1546
    Date of death:
    11/03/1620
    Place of birth: Itália, IT
    Place of death: Itália, IT
    Ecclesiastical state:
    Biographical Notes:

    56º Ministro Geral franciscano, responsável direto pelo envio dos frades menores capuchos portugueses ao território brasílico. Empenhou-se pessoalmente nesta tarefa, possivelmente a pedido do rei espanhol Felipe II, em cuja corte foi educado Francisco Gonzaga. Ingressou na Ordem Franciscana em Alcalá de Henares em 16/05/1562. Publicou De Origine seraphicae religionis franciscanae ejusque progressibus, de regularis observanciae institutione, forma administrationis et legibus... em 1587, dois anos depois da chegada dos frades capuchos a Olinda para implantação da Ordem Franciscana no território brasílico. As páginas 1359-1363 trazem as primeiras informações impressas sobre esta fundação.

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    "Como cuidassem com mais empenho que lhe fossem mandados alguns frades da nossa religião [Ordem] seráfica, e não o pudessem conseguir por causa de algumas dificuldades, tão grande foi a solicitude do valoroso comandante Albuquerque que o católico rei da Espanha Filipe II, dadas as cartas a mim, ordenou que o mais depressa eu destinasse alguns religiosos de vida notável e insignes na doutrina à Província de Pernambuco (que vulgarmente chamam de Capitania), que é uma porção do mesmo Brasil e que naquele tempo era administrada tão diligentemente pelo predito Jorge de Albuquerque, Intendente do mesmo rei Felipe."

    FONTE: GONZAGA, Francesco. De origine seraphicae religionis franciscanae, eiusque prograssibus, de regularis observantiae institutione, forma, administratione ac legibus, admirabilique eius propagatione. Roma: Dominici Basae, 1587, p. 1359-1363.

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    "Quanto às missões, ele acompanhou com interesse os relatórios dos missionários das Filipinas, da China, do Extremo Oriente e do Brasil. Estando em Lisboa, alguns frades vieram das Ilhas Filipinas, de quem ele entendeu a propagação da Fé Cristã nessas partes. [...] Enviou outros treze [frades] para a China, onde fizeram grandes progressos, semeando a fé católica entre esses povos. Outros frades foram enviados ao Brasil. Características constantes de seu governo foram o diálogo contínuo e a estreita colaboração com as autoridades civis. Em Portugal, ele reconciliou os bispos e os frades conventuais com Felipe II e impôs aos frades menores e às monjas dependentes da Ordem que não se imiscuíssem em assuntos políticos. Na Áustria ele favoreceu o Arquiduque ao erigir a Província do Tirol como província autônoma. Em Paris, ele foi autorizado a falar no Parlamento e participar do Conselho Secreto do Rei.

    [...]

    Em janeiro de 1583, o Ministro Geral viajou para a Espanha para visitar a Província Bética. Devido à vastidão da Província e ao grande número de frades, tornou-se necessário dividi-la em duas Províncias.  Depois, Gonzaga foi para Toledo, onde ordenou a realização da Congregação Geral da família Ultramontana. Ele enviou cartas de convocação a todos os vocais legítimos da Espanha, França, Flandres e Alemanha.  No tempo que antecedeu à Congregação Geral, o Ministro Geral viajou a Madri com os principais superiores franciscanos da Espanha, a fim de rever as Ordenanças e os Estatutos da Espanha, tanto para frades como para freiras. Ele também visitou duas províncias espanholas, celebrando ali o Capítulo Provincial.

    Da Congregação Geral de Toledo (1583) ao Capítulo Geral de Roma (1587)

    A Congregação Geral de Toledo foi celebrada em 29 de maio de 1583, onde o Padre António Mandríquez foi eleito como Comissário Geral da Família Ultramontana e não o Padre Girolamo Guzman, que foi colega de Gonzaga em Alcalà de Henares. Nessa assembleia também foi eleito o novo Comissário Geral para as Índias e foi recomendado que as Constituições de Barcelona de 1451 fossem adotadas mais uma vez. Estas Constituições dos Franciscanos Observantes foram revisadas com base nas novas disposições emitidas pelo Conselho de Trento e nas indicações dos vários decretos dos Sumo Pontífices e foram redigidas de acordo com as necessidades da época. De acordo com a Bula de Leão X Ite et vos in vineam meam, esta Congregação Geral de Toledo para a família Ultramontana poderia ser comparada a um Capítulo Geral intermediário.  Em 1526, o costume do Capítulo Intermediário foi abolido para a família Cismontana, porque era a família onde o Ministro Geral geralmente residia, para a qual teria sido uma duplicação ter também um Comissário Geral. A família Ultramontana, portanto, tinha seu próprio Definitório Geral, chefiado por seu próprio Comissário Geral.

    Durante a Congregação Geral, o Comissário Geral para as Índias também foi nomeado na pessoa do Padre Jerome Guzman, sob pressão do Rei Felipe II. Este Comissário deveria residir na corte em Madri.

    Depois da Congregação Geral de Toledo, Gonzaga foi a Madri para a corte real, onde o precário estado de saúde do filho do rei, o príncipe Felipe III, causou grande preocupação. O Ministro Geral aconselhou a família real a recorrer novamente à intercessão de San Diego d'Alcalá, como já haviam feito para Don Carlos, prometendo interessar-se pessoalmente pela Santa Sé para sua canonização. O rei concordou com a proposta de Gonzaga.  O príncipe se recuperou e a causa da canonização atingiu seu objetivo em 2 de julho de 1588, quando Sixto V proclamou Diego D'Alcalá como santo.

    Francisco Gonzaga continuou a visitar algumas das províncias espanholas (a de Plasencia, Santiago e Extremadura), retornando a Portugal a pedido explícito do rei Felipe II. Portugal, de fato, como já observamos, foi um país recentemente submetido à Coroa espanhola e não se resignou facilmente a esta sujeição. Alguns bispos e os franciscanos conventuais estavam incitando o povo contra os espanhóis. O rei Felipe II pensou em acalmar o clero e apaziguar a nação com a ajuda do ministro geral Francesco Gonzaga. Ele negociou com os bispos e estava pensando em incorporar a Custódia dos Frades Conventuais na Província Minorítica Observante. Em Portugal, Gonzaga participou de três Capítulos Provinciais. Também surgiram alguns problemas relativos às divergências que surgiram entre os missionários que trabalham nas ilhas do imenso arquipélago indiano. Em 1581 Portugal foi subjugado ao Reino da Espanha e os missionários dos dois países não quiseram trabalhar juntos nas missões. Por ocasião da visita de Gonzaga, alguns missionários das Ilhas Filipinas explicaram que mais poderia ser feito pela expansão cristã naquelas terras se houvesse mais missionários. Parece que ouvimos novamente a ardente e famosa carta de São Francisco Xavier à Universidade de Paris, quando ele convidou outros jovens cristãos a se dedicarem à missão na Índia. Francisco Gonzaga enviou vinte missionários portugueses a essas ilhas. Ele também enviou treze irmãos para a China e seis para o Brasil.

    Depois de deixar Portugal, ele foi a Madri para prestar contas ao rei de tudo o que havia feito lá.  Nessa ocasião, o Rei Felipe II lhe deu um vaso de prata, que ele havia derretido por um cálice com patena, que ele doou a seu convento de San Martino dall'Argine. Este fato parece curioso para indicar quantas vezes ele pensou naquele lugar tão querido para ele. Enquanto estava na Espanha, visitou outras províncias, presidindo Capítulos e acalmando tensões entre Observadores e Conventuais, que eram muito quentes, especialmente em Portugal. De fato, a primeira intervenção de Gonzaga em Portugal acalmou as tensões apenas por um curto período. Em 1584, os bispos e o clero se levantaram novamente contra Felipe II e os frades conventuais se juntaram a eles. Gonzaga incorporou definitivamente os Conventuais da Custódia do Porto na Província Religiosa Observante de Portugal:

    Portuensi custodia, quae hoc eodem in Regno sedem obtinuit, atque a Patribus Franciscanis Conventualibus occupata extitit, 9 fratrum, atque duo monialium loca in Capitulo Provinciali Olyssiponis, anno redemptionis nostrac 1584, per me celebrato, ex ea sibi accessissent quarum accessione antiquam dignitatem retinens Provincia haec latius uteumque patet.

    O Geral também estabeleceu que um dos pais Conventuais deveria ser eleito definidor da nova Província, e dispôs que os melhores religiosos dos Conventuais poderiam ser eleitos guardiões dos Conventuais da Província, e que todos eles deveriam ter voz ativa e passiva."

    FONTE: BISOGNIN, Davide. L’altro santo Gonzaga. Il venerabile frate Francesco. Vicenza: Lief, 2005, p. 91-93.

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SATLER, Fabiano Aguilar. Fr. Francesco Gonzaga, OFM. International Network of Franciscan Studies in Brazil. Available in: https://www.riefbr.net.br/en/node/14497. Accessed on: 08/05/2025.